quarta-feira, 10 de março de 2021

Escravizados "Tigres"


 Brasil, início do século XIX, a vilas das pequenas cidades eram tomadas pela falta de higiene básica. Para se ter uma ideia, a palavra que conceitua limpeza nem existia no vocabulário nacional.

Geralmente, os dejetos (fezes, sangue, urina) eram excretados do corpo, dentro das casas, em buracos ou baldes e alçados, através janela, para as ruas. Não era raro alguém passar em frente a um desses sobrados e ser alvejado por uma quantidade significativa de dejetos.

Vendo a situação se agravar, governantes fizeram leis e passaram a multar quem realizasse esse tipo de prática.
A partir dessas leis, a população passou a guardar os dejetos em barris e deixá-los, geralmente, ao lado das casas. Pessoas escravizadas ficaram encarregadas de dar fim aos excrementos. Foi nesse momento que nasceu uma das piores funções da nossa história, a de “carregadores de dejetos” ou “Escravos Tigres”, como ficaram conhecidos.

Esses trabalhadores passavam duas vezes por semana nas casas das vilas e carregavam barris, lotados até a boca, até os rios ou córregos mais próximos da localidade, onde tudo seria despejado.

Ao longo da caminhada, os dejetos caíam em seus corpos e manchavam suas peles (manchas parecidos com listras). As pessoas se afastavam dos Tigres, como se fossem animais selvagens. Essas especificidades de trabalho lhes renderam o mesmo nome dado aos felinos listrados.

Ao final do dia, após despejar de 30 a 40 barris cada um, eles voltavam às senzalas e nem banho conseguiam tomar.
A função de carregador de dejetos continuou até mesmo depois da libertação dos escravizados, pois, a maioria da população negra não teve oportunidade de melhores empregos.


Fonte: https://iconografiadahistoria.com.br/2020/10/27/conheca-os-escravos-tigres-o-pior-trabalho-que-ja-existiu-na-historia-do-brasil/?fbclid=IwAR2BDY9OGKZ2rb5VWXfrZmtLcUlSMpfyOOQ32ni2ITjVddCoY-Wd4y1H01Q

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