segunda-feira, 2 de março de 2020

Estética é poder!



Resgatando a beleza fora dos padrões eurocêntricos, o ensaio buscou trazer a beleza negra e nativa aqui do Brasil, ao qual somos herdeiros. Em Africa éramos reis e rainhas, aqui no Brasil guerreiros e guerreiras, com sua cultura, suas vestimentas, suas pinturas e seu próprio jeito de viver e se conectar com a natureza.




Uma das estratégias para a aniquilação do povo negro era faze-los acreditarem que eles eram inferiores, que eram atrasados, assim a comparação com o macaco não se dava somente pela fisionomia mas pela ideia que eram irracionais. A ciência na época legitimou que o negro era menos inteligente pela espessura de seu crânio estando mais propício a cometer crimes, prostituição e coisas do tipo. Sabemos que essas baboseiras eram um plano pra legitimar o racismo que perpetua até hoje, colocar o negro como inferior e ele introjetar esse pensamento faz com que afete sua auto estima e auto imagem, onde para muitos a vida não fazia mais sentido, levando ao banzo e ao suicídio, onde muitos acreditavam que com a morte iriam reencarnar em África.







Outra coisa que passei a reparar são as "brincadeiras", que passei a chamar de "brincadeiras destrutivas", onde com um sorriso no rosto as pessoas chamam as outras de "cabelo de vassoura", "boneco de piche", "macaco", "meia noite" entre outros apelidos. As crianças zoam o outro pelo dente torto, mas não conseguem enxergar a falta de políticas públicas para o tratamento dentário, também zoam por estar mais gordinho ou magro demais, e quando os outros são risada essa criança se sente potente, com um poder de diminuir o outro e fazer as pessoas rirem, e isso inflama o ego pois ele a segundos atrás estava sendo zoado e agora ele conseguiu "destruir" a outro colega com as palavras, falando que a mãe dele cheira pó, e o pai rouba o mercadinho da esquina. Ele guarda esse momento de exposição e pensa no outro dia inventar uma outra zoeira para "acabar" com o outro, fazendo enxergar o que nos separa e não o que nos une. Sei que são crianças, mas é da base que devemos trabalhar essas questões e trazer reflexões, faz parte do processo de crescimento e formação.





 A "brincadeira" tira o peso, pois se a outra pessoa levar a sério o outro diz "era apenas uma brincadeira, vocês são muito chatos! mi mi mi", e essas ações vão perpetuando também o racismo e mexe com a estima das pessoas.

A proposta de tirar fotos das crianças foi no sentido de valorizar essa beleza que existe, cada um da sua forma, com seu jeito, para que eles possam através de câmeras profissionais se olharem, se valorizarem, e enxergar essa beleza que a todo dia tentam apagar, pela televisão, propagandas, capas de revistas, e muitos outros instrumentos de comunicação das mídias, que das análises de Focault é o quarto poder.




Meus infinitos agradecimentos ao coletivo Lentes Periféricas, e a Bianca que viabilizou a sessão, foi muito importante para todos nós esse dia, muito obrigado!


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